La femme en situation de handicap dans le contexte de l’enseignement supérieur : une analyse des documents normatifs et d’orientation
Résumé
Cet article s’appuie sur le cadre théorique des Études Féministes du Handicap, qui visent à remettre en question les conceptions qui classent et dévalorisent les personnes en situation de handicap à travers une approche intersectionnelle. Il examine en particulier les expériences des étudiantes handicapées, confrontées à de multiples obstacles imposés par une société profondément validiste, sexiste, raciste et LGBTphobe, entre autres formes d’oppression. Ces oppressions, lorsqu’elles s’entrecroisent, créent des barrières significatives qui entravent ou empêchent l’accès, le maintien, la participation et l’apprentissage dans l’enseignement supérieur. Dans ce contexte, des documents normatifs et d’orientation garantissant le droit à l’inclusion et à l’accessibilité des étudiantes en situation de handicap dans l’enseignement supérieur sont analysés selon une perspective intersectionnelle. Pour ce faire, nous avons utilisé des documents normatifs et d’orientation portant sur les femmes, le handicap et l’enseignement supérieur. Les résultats indiquent que, ces dernières décennies, l’intersectionnalité est devenue un élément essentiel de l’expérience du handicap, reconnaissant que celui-ci ne constitue qu’un aspect de l’identité.
Références
Bezerra, A. V.; Farias, A. Q. F.; Magalhães, R. C. B. P. (2023). Estudos interseccionais da deficiência: experiências sexistas e capacitistas vivenciadas por uma estudante cega no ensino superior. REIN - Revista Educação Inclusiva, 8(2), 42–51.
Bezerra, A. V.; Farias, A. Q. (2024). O capacitismo no contexto do ensino superior: uma construção interseccional a partir de abordagens de gênero e deficiência. In A. Q. Farias & M.
Massaro (Orgs.), Deficiência, sociedade e escola: experiência de empoderamento e participação (pp. 133–142). Editora UFPB.
Bezerra, A. V.; Silva, J. A. L.; Magalhães, R. C. B. P.; Viana, F. R. (2024). Capacitismo, eugenia e educação superior: como entender essa relação? Revista InCantare, 21(2), 1–21.
Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 5 out. 1988.
Brasil. (1996). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília.
Brasil. (2004). I Plano Nacional de Políticas para Mulheres. Brasília.
Brasil. (2005). Programa Incluir. Brasília.
Brasil. (2008a). II Plano Nacional de Políticas para Mulheres. Brasília.
Brasil. (2008b). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
Brasília.
Brasil. (2008c). A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Brasília.
Brasil. (2011). Decreto nº 7.612, de 17 de novembro de 2011. Brasília.
Brasil. (2012). Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Brasília.
Brasil. (2013). III Plano Nacional de Políticas para Mulheres. Brasília.
Brasil. (2015). Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Brasília.
Brasil. (2016). Lei nº 13.409, de 28 de fevereiro de 2016. Brasília.
Brasil. (2023a). Lei nº 14.723, de 14 de setembro de 2023. Brasília.
Brasil. (2023b). Decreto nº 11.793, de 21 de junho de 2023. Brasília.
Crenshaw, K. (1989). Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics. University of Chicago Legal Forum, 1989, 139–167.
Crenshaw, K. (2017). Mapeando as margens: interseccionalidade, políticas de identidade e violência contra mulheres não-brancas. Revista Subjetiva, 21.
Eugênio, J.; Da Silva, A. S. (2022). “Os professores não sabiam o que fazer comigo!”: reflexões interseccionais de uma mulher negra com deficiência. Educação em Revista, 23(1), 27–42.
Farias, A. Q. (2011). Gênero e deficiência: uma história feminina de ruptura e superação de vulnerabilidade [Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Paraíba].
Farias, A. Q. (2017). Trajetórias educacionais de mulheres: uma leitura interseccional da deficiência [Tese de doutorado, Universidade Federal da Paraíba].
Farias, A. Q. (2020). Gênero e surdez: a presença da mulher na escola e na universidade. In VI CONEDU - Vol 2 (pp. 1124–1140). Realize Editora.
Farias, A. Q.; Bezerra, A. V.; Medeiros, L. L. V. P. (2022). Sexismo, capacitismo e racismo: Perspectivas Interseccionais. In S. C. Silva, R. C. E. Beche & L. M. L. Costa (Orgs.), Estudos da Deficiência na Educação: Anticapacitismo, Interseccionalidade e Ética do Cuidado (pp. 97–115). UDESC.
Farias, A. Q.; Bezerra, A. V.; Pita, F. H. F. R. (2023). O acesso de mulheres com deficiência nas universidades federais nordestinas: um diálogo interseccional à luz de contribuições feministas. Eventos Pedagógicos, 14(3), 591–602.
Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa (3ª ed.). Artmed.
Garland-Thomson, R. (2019). Reconfigurar, repensar, redefinir: estudos feministas da deficiência. In A. C. Santos et al. (Orgs.), Mulheres, sexualidade e deficiência: o interdito da cidadania íntima. Coimbra: Almeida.
Gesser, M.; Block, P.; Mello, A. G. (2020). Estudos da deficiência: interseccionalidade, anticapacitismo e emancipação social. In M. Gesser, G. L. K. Böck & P. H. Lopes (Orgs.), Estudos da deficiência: anticapacitismo e emancipação social (pp. 17–35). CRV.
Gesser, M. et al. (2024). O encontro com os estudos feministas da deficiência e a produção de narrativas insurgentes. Revista Psicologia Política, 24, e24515.
Goffman, E. (1981). Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada (M. Lambert, Trad.).
Gomes, R. B. et al. (2019). Novos diálogos dos estudos feministas da deficiência. Revista Estudos Feministas, 27(1), e48155.
Louzada, J. C. A. (2022). O INES-Brasil e os indicadores de culturas, políticas e práticas inclusivas em uma universidade brasileira [Tese de doutorado, Universidade Estadual Paulista].
Magalhães, R. C. B. P. et al. (2020). Estigma e identidade na vida de pessoas com deficiência: “alguma coisa está fora da ordem”? Revista de Estudos Interdisciplinares, 2(4).
Magalhães, R. C. B. P.; Barbosa, A. P. L.; Oliveira, M. V. M. (2023). Descortinando interesse do Decreto nº 10.502/2020: políticas de educação especial em análise. In A. S. Rebelo, B. A. Martins & D. N. Guimarães (Orgs.), Políticas e práticas educacionais em perspectiva inclusiva (pp. 237–255). Encontrografia; ANPEd.
Mello, A. G.; Aydos, V.; Schuch, P. (2022). Aleijar as antropologias a partir das mediações da deficiência. Horizontes Antropológicos, 28, 7–29.
Menezes, R. O.; Simas, H. C. P.; Scantbelruy, I. C. (2023). A [in]visibilidade dos indígenas com deficiência nos marcos legais da educação especial. Linhas Críticas, 29, e49796.
Moise, M.; Jara, M. E. A.; Cabeza, J.; Goulart, S. (2024). Axis 9: Inclusion, diversity and the role of women in higher education. CRES+5.
Neto, P. J. S. (2021). Inclusão da pessoa com deficiência na educação superior: o comitê de inclusão e acessibilidade da UFPB para o acesso e a permanência [Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Paraíba].
Nozu, W. C. S. (2024). Educação especial na educação do campo, indígena e quilombola: quais são as diretrizes políticas brasileiras? Momento - Diálogos Em Educação, 33(2), 56–80.
Oliveira, J. P. (2022). Educação especial: formação de professores para a inclusão escolar. Editora Contexto.
ONU. (1990). Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Paris.
ONU. (1995). Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial sobre a Mulher. Pequim.
ONU Mulheres. (2021). Aceitando o desafio. Mulheres com deficiência: por uma vida livre de violência. Montevidéu.
Piccolo, G. M.; Mendes, E. G. (2022). Maio de 68 e o modelo social da deficiência: notas sobre protagonismo e ativismo social. Revista Educação Especial, 35, 1–21.
Silva, J. S. S. (2018). Revisitando a acessibilidade a partir do modelo social da deficiência: experiências na educação superior. Revista Educação Especial, 31(60), 197–214.
Silva, J. S. S. (2020). A sombra da discriminação e as barreiras de gênero no cotidiano de mulheres com deficiência na universidade. Revista Educação Especial, 36, 1–24.
UNESCO. (1994). Declaração de Salamanca sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Salamanca.
Veiga-Neto, A. (2012). É preciso ir aos porões. Revista Brasileira de Educação, 17(50), 267–284.
Copyright (c) 2025 Andreza Vidal Bezerra, Rita de Cássia Barbosa Paiva Magalhães

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.
Avis de droit d'auteur
Le droit d'auteur permet de protéger le matériel original et d'empêcher l'utilisation du travail d'autrui sans autorisation. L'UNESCO IESALC adhère aux licences Creative Commons pour la publication en libre accès de l'ESS. Plus précisément, les textes publiés dans ce journal sont soumis à une licence Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0) : ESS est une revue en libre accès, ce qui signifie que tout le contenu est mis gratuitement à la disposition de l'utilisateur ou de son institution. Les utilisateurs peuvent lire, télécharger, copier, distribuer, imprimer, rechercher ou créer un lien vers le texte intégral des articles, ou les utiliser à toute autre fin légale, sans demander l'autorisation préalable de l'éditeur ou de l'auteur, en veillant toujours à citer l'auteur. L'utilisation commerciale n'est pas autorisée. L'ESS demande aux auteurs d'accepter l'avis de droit d'auteur dans le cadre du processus de soumission. Les auteurs conservent tous les droits.
La licence complète peut être consultée à l'adresse https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Attribution - NonCommercial (CC BY-NC 4.0)
Cette revue ne fait pas payer les auteurs pour la soumission ou le traitement des articles. Les auteurs des contributions recevront un accusé de réception indiquant que leur travail est parvenu à l'équipe de rédaction de la revue.