Cenários futuros para a universidade argentina: entre os desafios "glonacais", a inércia das tendências sistêmicas e a longa ausência de uma agenda política

Resumo

O presente trabalho é um ensaio de interpretação sobre cenários futuros para a universidade argentina a partir da análise do contexto global-regional, das tendências históricas do sistema e das mudanças nas políticas. Como hipótese, o artigo argumenta que, por um lado, a reestruturação global não apenas modifica as funções acadêmicas e a organização institucional, mas também gera diferentes escalas, novas hierarquias e estratificações e, por outro lado, que as políticas universitárias, desde o retorno à democracia, não modificaram substancialmente a configuração histórica das universidades, embora tenham introduzido mudanças nos padrões de regulação do sistema, nas instituições e nas comunidades acadêmico-científicas. A primeira seção explora as principais características do processo em curso de reconfiguração do ensino superior. A segunda seção explora o que chamamos de "força de inércia" para caracterizar as tendências sistêmicas que delineiam as características atuais das universidades. Finalmente, a terceira seção investiga os motivos da longa ausência de uma agenda política e da consolidação de um novo tipo de “governança híbrida”. No final, as dificuldades e limitações da universidade argentina para enfrentar cenários futuros são apresentadas como conclusão.